Notícias

Advogado que pediu adiamento de audiência para fazer sexo diz que queria debochar de juiz do caso

Por Elisângela Costa em 25/11/2023 01:55:06

O advogado que pediu o adiamento de uma audiência por causa de um suposto encontro sexual disse ao R7, nesta sexta-feira (24), que a justificativa não era real e se tratava de um protesto. Manoel Bezerra Rocha afirmou que quis fazer um "protesto em forma de deboche" contra um magistrado que, segundo ele, não respeita a legislação e "está agindo contrariando suas próprias decisões".

"A Paloma utilizou-se de um pseudônimo e alterou a foto do perfil do seu WhatsApp a pedido meu. Ela não é garota de programa e apenas fez o envio das mensagens a pedido meu para que eu pudesse fazer um protesto, de forma jocosa, contra a falta de seriedade do juiz que conduz o processo contra mim."

O advogado alega ainda que juntou aos autos diversas decisões dele, inclusive, da Turma Recursal e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), "no sentido de que a falta de requisitos essenciais na procuração e a ausência da parte autora acarretam arquivamento da queixa-crime".

Bezerra Rocha afirma também que não poderia comparecer à audiência "depois de tantas irregularidades e arbitrariedades". Segundo ele, caso o fizesse, estaria convalidando todos esses atos que afirma serem "juridicamente inaceitáveis".


Trechos da conversa entre o advogado e a amiga Paloma, que não é a mesma pessoa da foto REPRODUÇÃO

Trechos da conversa entre o advogado e a amiga Paloma, que não é a mesma pessoa da foto REPRODUÇÃO

"Do ponto de vista jurídico, eu poderia, sim, justificar a minha ausência por comprovado problema de saúde. Porém, além da alegada e comprovada situação de saúde, eu me embasei no fato de a parte adversa, a desembargadora, ter faltado três vezes às audiências, e o juiz ter acatado o seu pedido de adiamento, ainda que, processualmente, ele deveria ter determinado o arquivamento dos autos por falta de interesse", disse o advogado.

De acordo com ele, a queixa-crime contra ele não deveria existir, "pois faltam requisitos formais básicos para o prosseguimento". Bezerra Rocha afirma que o representante do Ministério Público se manifestou pelo seu arquivamento, por falta de requisitos processuais básicos.  


Ofensa à desembargadora

O advogado afirma ainda que nunca chamou a desembargadora de jumento. "Houve, infelizmente, uma péssima interpretação de texto. Porém, como percebi que o meu escrito poderia gerar equívocos, imediatamente, em menos de uma hora, protocolei nos autos o meu expresso pedido de desculpas e, no mesmo documento, enalteci a grandeza e o respeito pela nobre desembargadora", afirmou

Ele sustenta que criticou a decisão da desembargadora porque estava envolto em sentimento de indignação diante da prisão de uma advogada. "Eu estava certo em meu posicionamento jurídico, por isso, impetrei outro habeas corpus, e o outro desembargador concedeu a liberdade da advogada que fora presa", relatou.

"O termo 'jumento' fora muito utilizado de forma equivocada e até maldosa, pois eu quis traçar um paralelo entre dois pontos equidistantes: o jumento como expert de viagem espacial e a doutora desembargadora de conhecedora de processo penal e constitucional", afirmou.


'Paloma não é garota de programa'

Por fim, o advogado ressalta que a amiga Paloma não é garota de programa. "De fato, a minha amiga e eu temos uma ótima amizade e gostamos de fazer sexo. E ela estava de passagem pela cidade, pois mudou-se de Goiânia e foi morar noutro lugar. E temos, um pelo outro, enorme atração sexual e de amizade verdadeira", relatou o advogado.

Bezerra Rocha afirmou ainda que tem "sequelas de 'Covid longa', como depressão, ansiedade e arritmia cardíaca". "Não é novidade que o sexo libera uma série de componentes químicos que aliviam esses males, como miotonia, dopamina, ativando nossos neurotransmissores e gerando uma sensação de bem-estar", afirmou o advogado.


Entenda o caso

O advogado Manoel Bezerra Rocha, de Goiânia (GO), solicitou adiamento de uma audiência sob a justificativa de que teria um encontro com uma profissional de sexo. Ele responde a um processo por, supostamente, ter chamado uma desembargadora de "jumento", após ela negar um pedido de habeas corpus a um cliente dele.

Bezerra Rocha teria que comparecer a uma audiência sobre o caso marcada para esta quinta-feira (23), mas pediu, no mesmo dia, adiamento para ir ao encontro sexual. O pedido foi prontamente negado.

Em sua defesa, o advogado alega que é um sobrevivente da Covid-19. "Em razão do diagnóstico descrito, é unânime que a classe médica do mundo inteiro e cientistas de outras áreas do conhecimento humano recomendam a prática do prazer sexual com fator preponderante que contribui para com a saúde física e mental do ser humano."

O advogado acrescenta: "Visando contribuir para com esse caso essencial de saúde pública e, nesse particular, deste querelado [réu], aterrissa hoje (23/11/2023) a maior autoridade em termos de sexo satisfatório do mundo. Ou seja, a extraordinária Paloma".

Em nota, a Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil informou que os fatos serão analisados por meio do Tribunal de Ética e Disciplina (TED), "que observa com rigor o sigilo legal dos seus procedimentos".


Fonte: R7


Gostaríamos de utilizar cookies para lhe assegurar uma melhor experiência. Você nos permite? Política de Privacidade

Perguntar Depois