Os alagoanos gastaram R$ 1,9 bilhão com medicamentos no ano passado, de acordo com pesquisa do IPC (Índice de Potencial de Consumo) Maps, feita a pedido da Gazeta de Alagoas. O levantamento, feito a partir de dados oficiais, revela que o gasto dos alagoanos em 2022 foi 27% maior que em 2021, quando os consumidores do estado gastaram R$ 1,5 bilhão.
Segundo a pesquisa, os moradores da capital foram os que mais gastaram, tendo desembolsado R$ 921,4 milhões. Logo em seguida aparece Arapiraca, com R$ 148,7 milhões e, em terceiro, Palmeira dos Índios, com R$ 44,4 milhões. Em todo o País, o gasto com medicamentos movimentou R$ 186,6 bilhões, o que representa cerca de 3,2% do orçamento familiar.
Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, de 2021 para 2022 houve um aumento de 22% nas despesas com remédios. “Além do reajuste previsto para o mês de abril, a tendência é que os gastos com medicamentos sejam ainda mais altos ao longo de 2023, principalmente em função do crescimento da população idosa no País, exigindo uma maior demanda por medicamentos e cuidados médicos", analisa. Na contramão desse ritmo de consumo, porém, está a quantidade de farmácias no Brasil. Do ano passado para cá, mais de 8 mil unidades (6,4%) fecharam suas portas, totalizando hoje 118.221 estabelecimentos.
REAJUSTE
Neste sábado (1°) os remédios terão aumento de 5,6%. A definição foi feita pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e publicada em edição extra do Diário Oficial da União na sexta-feira (31). O reajuste é feito uma vez por ano e, embora as farmácias e drogarias já possam aplicá-lo, a alta não será necessariamente imediata, pois depende de cada farmácia e da indústria farmacêutica.
"Normalmente a farmacêutica demora dez dias. Já as farmácias dependem do estoque e da estratégia comercial que elas têm. Aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer", diz o presidente-executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), Nelson Mussolini.
No ano passado, o aumento autorizado foi de 10,89%, o segundo maior desde 2012. O reajuste é estabelecido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 5,6% entre março de 2022 e fevereiro de 2023. Além do índice, a Cmed leva em consideração fatores como concorrência, produtividade e aumento de produtos, que não entram no cálculo do IPCA.
Em sete estados do país, esta será a segunda vez que os medicamentos sobem de preço neste ano. Em março, houve reajuste nos estados da Bahia, Piauí, Paraná, Pará, Sergipe, Amazonas e Roraima em virtude da elevação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para compensar o corte de imposto na gasolina e na luz, feito pelo governo federal em 2022.
O reajuste anual foi o mesmo para os três níveis de preço de remédios, já que o fator de produtividade ficou zerado. É o segundo ano consecutivo que ocorre um aumento desta forma, o que prejudica o consumidor, uma vez que os diferentes níveis eram uma forma de segurar o aumento elevado dos remédios de alto custo.
Fonte: GazetaWeb
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