Por Elisângela Costa em 30/12/2022 10:48:25
Levantamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aponta que 29.690 alagoanos aguardam na fila do órgão à espera de uma resposta quanto à solicitação de benefício. Os dados são referentes ao mês de outubro deste ano e mostram que, em todo o Brasil, a fila chega a mais de 1,159 milhão de pessoas.
A maioria dos alagoanos na fila (19.927) estão nela há mais de 45 dias, que é o prazo estipulado. O tempo médio para análise no estado é de 122 dias. Em outubro passado, o órgão indeferiu o pedido de 8.106 alagoanos. Sendo 4.636 pedidos de benefícios por incapacidade e outros 3.470 para os demais benefícios.
Além disso, foram suspensos 277 benefícios em Alagoas. Outros 4.925 foram cessados em outubro de 2022. Já o número de benefícios concedidos em outubro foi de 3.892. A maioria deles (2.614) teve valor de um salário mínimo.
Em todo o Brasil, o tempo médio de espera de uma pessoa pela concessão de benefícios do INSS pode chegar a até 486 dias. Esse é o caso de quem entra com um pedido por auxílio-reclusão, por exemplo. Mas o prazo do INSS para análise de benefícios deveria ser de, no máximo, 45 dias, prorrogáveis por mais 45. Na prática, o que acontece é que o tempo médio para diversos benefícios ultrapassa esse prazo.
Os benefícios por incapacidade acidentária (auxílio-acidente, invalidez, pensão por morte e auxílio temporário) tem média de 122 dias para concessão.
Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC) à pessoa com deficiência tem uma média de 223 dias para concessão. Até mesmo a aposentadoria por tempo de serviço, que tem uma média de espera menor que os demais — de 68 dias — tem estados como Tocantins e Amazonas com uma média muito maior: de 197 e 149 dias, respectivamente.
Segundo a presidente do IBDP, Adriane Bramante, o tempo alto de espera compromete a vida do segurado. “Muitas vezes a pessoa está desempregada, sem renda. Em caso de pensão por morte, por exemplo, havia uma dependência econômica, ele [o falecido] era o provedor daquela família. E as contas vencem todos os dias”, diz.
Somente neste ano, até o dia 14 de outubro, 3.968.325 pessoas deram entrada no INSS pedindo algum tipo de benefício. Nos anos anteriores, o número de pedidos teve um ‘boom’ devido à reforma da previdência, que fez muitas pessoas correrem para solicitar benefícios, e também à pandemia, que fez crescer o quantitativo de pedidos de auxílio por incapacidade temporária e pensão por morte, por exemplo.
Em 2022, os benefícios com maior número de pedidos foram o BPC por deficiência, com quase 705 mil requisições, seguido do salário-maternidade, com 901 mil; e as aposentadorias por idade, com 954 mil.
Em números absolutos, os estados com maior número de requerimentos são São Paulo (805.238), Minas Gerais (388.880) e Bahia (301.449). A inteligência artificial criada para analisar pedidos de benefícios do INSS de maneira automática, que começou a funcionar na metade deste ano, mais recusou do que aceitou pedidos do INSS. Foram 220.142 indeferimentos contra 154.784 concessões.
Entre os indeferimentos, foram 84 mil de BPC por deficiência, mais de 50 mil aposentadorias por tempo e 33 mil salários-maternidade.
Fonte: GazetaWeb
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