Em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, o vice-presidente da Braskem, Marcelo Cerqueira, afirmou nesta terça-feira, 14, que a empresa não indenizará os moradores das áreas monitoradas em Maceió, afetadas pelo afundamento do solo.
Cerqueira reconheceu que a mineradora é responsável pelo problema e lamentou o impacto na vida dos moradores. Ele explicou que a Braskem encerrou a exploração das minas de Salgema em 2019 e cumpriu os acordos judiciais, que incluíram a realocação de moradores das áreas de risco.
Respondendo ao senador Rogério Carvalho (PT-SE), Cerqueira disse que, em vez de indenizar, a Braskem comprou imóveis para demolição e garantir a segurança das áreas desocupadas. Ele destacou que os laudos contratados pela empresa não tinham o objetivo de refutar estudos independentes, como o do Serviço Geológico do Brasil, que confirmou a responsabilidade da Braskem.
Cerqueira mencionou ainda que, conforme a Defesa Civil de Maceió, as áreas monitoradas, incluindo bairros como os Flexais, não estão em situação de risco, e por isso, os moradores não serão realocados nem indenizados.
Durante a sessão, senadores manifestaram preocupações com a segurança dos moradores. O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) criticou a Braskem por recorrer à justiça para evitar indenizações e defendeu a realocação dos moradores das áreas monitoradas. Ele argumentou que, apesar dos dados técnicos apresentados pela Braskem, a empresa tem capacidade financeira para realocar essas pessoas e garantir sua segurança.
O engenheiro da Braskem, Paulo Cabral de Mello, também esteve presente, mas se recusou a responder perguntas, amparado por um habeas corpus, devido a uma investigação da Polícia Federal e a quebra de seus sigilos pela CPI.
Documentos apresentados pelo relator indicaram que Cabral se contradisse em relação aos parâmetros de segurança na exploração das minas e não forneceu dados verdadeiros sobre a situação das cavas. Ele permaneceu em silêncio quando questionado sobre a exploração de Salgema e os investimentos na segurança das minas.
A CPI continua investigando o caso e os senadores insistem na necessidade de reavaliar a situação das áreas monitoradas e a segurança dos moradores.
Com informações do Agência Senado.
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