Uma publicação de agosto da Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN) mostrou que quase 3% da população acima de 15 anos já pode ser considerada alcoólatra. Em Maceió, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2021 mostram que 63% dos adolescentes maceioenses do 9º ano do ensino fundamental com idade média de 14 anos já consumiram bebida alcoólica.
Ao Cada Minuto, a psicóloga clínica e especialista em dependência química, Roseanne Albuquerque, explica as consequências do consumo de álcool entre jovens.
De acordo com a pesquisa do SBN, o uso do álcool durante a adolescência pode interferir no desenvolvimento do cérebro e desenvolver transtorno por uso de álcool (AUD). Para a especialista, as consequências físicas e emocionais do álcool para os jovens podem ser “desastrosas”.
“Envolve agressões sexuais, lesões, doenças sexualmente transmissíveis, acidentes de carro. As consequências do consumo são bem desastrosas mesmo”, alerta.
Roseanne Albuquerque/ Foto: Cortesia
Prevenção
Sobre os dados do IBGE mencionados acima, Roseanne analisa que as escolas têm o papel de orientar sobre a prevenção ao álcool através trabalho de conscientização aos alunos crianças e adolescentes.
“É importante trabalhar com a prevenção através de palestras educativas, filmes temáticos, abordando essa temática do álcool entre os adolescentes e mostrando para eles as consequências do uso do álcool”, expõe.
Causas e fatores de risco
Para a psicóloga, as principais causas para o alcoolismo são causas genéticas. Ela afirma que transtornos mentais e influência do ambiente favorecem o estresse, ansiedade e depressão relacionados ao álcool.
“Se o jovem não conseguir sair desse desse uso abusivo ele vai ter futuras consequências e muito sérias. É importante que eles busquem ajuda através da psicoterapia e grupos de apoio, como os alcoólicos anônimos”, destaca.
3% representam quatro milhões de brasileiros
A neurocirurgiã Vanessa Milanese, comenta que estes números podem representar uma pequena fração da sociedade; “porém, quando somados, correspondem a mais de quatro milhões de brasileiros”.
De acordo com ela, o declínio cognitivo causado pelo álcool provoca a alteração de funções cerebrais hipocampais. “são milhares de pessoas que, futuramente, poderão ter problemas cognitivos, graves ou não, o que pode desencadear um grande impacto no atendimento de geriatras, neurologistas e neurocirurgiões em todo o Brasil”.
Onde buscar ajuda
Veja onde procurar ajuda para tratar a dependência química em Alagoas:
REDE ACOLHE
Maceió: Rua capitão Samuel lins, 124 – Farol
Arapiraca: Av. Ceci Cunha, 246, bairro Brasília
Santana do Ipanema: Rua Cel. Lucena Maranhão, 60, Centro
CAPS AD
Maceió: R. Barão José Miguel, 378 – Farol. Telefone: 3312-5517
Fonte: CadaMinuto
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