Manifestação na Fernandes Lima
A Operação Taturana e os seus condenados voltaram à pauta política. Na Assembleia Legislativa de Alagoas, na sessão ordinária de ontem, o envolvimento do hoje deputado federal Paulão (PT) no escândalo de corrupção foi resgatado pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PL) ao reagir a fala do petista contra os manifestantes que ocupam o canteiro da Fernandes Lima em frente ao Quartel do Exército. “O taturana [Paulão] só não está preso porque fez um acordo para devolver os recursos desviados”, disse Bebeto.
Cabo Bebeto - Foto: Divulgação
Em discurso no plenário da Câmara, Paulão atacou os manifestantes que se concentram no canteiro da Fernandes Lima, chamando-os de “hienas”. A reação contra a fala do petista também encontrou eco na classe produtiva de Alagoas. De acordo com o empresário do setor imobiliário Kalerges Guerra, o ato na Fernandes Lima ocorre de forma “cívica” e sem proibir o direito de “ir e vir”, ao contrário, segundo ele, das manifestações realizadas pela esquerda.
“Ao passar pela região, você observa que há famílias, pais, mães, tudo dentro de um ambiente cívico, sem provocar nenhum tipo de problema para ninguém. O que estamos fazendo é lutar pela nossa crença e pelo o que foi constatado de errado nas eleições, com a perseguição contra Bolsonaro e tudo mais que ele passou no processo. Bem antes da eleição, ele [Bolsonaro] havia alertado sobre todo o cenário que seria encontrado e assim se deu. Pergunte por aí onde esse deputado produz ou gera riqueza”, questionou o empresário à Gazeta.
Kalerges Guerra - Foto: Divulgação
Kalerges Guerra disse ainda que o tom raivoso do discurso de Paulão mostra a preocupação da esquerda com o poder de mobilização que os integrantes do ato têm mostrado, já que lá estão há mais de uma semana “sem ganhar nada ou ser financiado por ninguém”. “O que motiva o pessoal que está na porta do quartel é defender as cores da nossa bandeira, a família, a pátria, e mostrar que o processo eleitoral foi desequilibrado e favoreceu o ‘descondenado’ [Lula]. Tudo isso que representamos vai de encontro às bandeiras do Paulão e dos demais do seu grupinho”, expôs Guerra.
Os manifestantes que estão à porta do Quartel do Exército acreditam que a intervenção das Forças Armadas é necessária para verificar e corrigir as eventuais irregularidades no pleito. “A resistência é pacífica, ordeira e de pessoas que trabalham e produzem. O tempo que ele [Paulão] quer, já passou. A realidade é outra. Não é de agora que os atos cívicos são organizados e, naturalmente, mobilizam um grande número de pessoas em Alagoas. Sempre foi assim. Tudo isso pela defesa de nossas bandeiras. São ações patrióticas e pacíficas”, disse ele.
REPÚDIO
Em nota à imprensa, a Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal) repudiou a fala Paulão, que também denominou como hienas os militares da ativa e da reserva por participarem de manifestação. Para o corpo diretivo da entidade, Paulão deveria ter em sua mente que ser militar “também é ser um trabalhador, um cidadão, possuidor de direitos e deveres”.
“É inacreditável que o conhecido parlamentar por Alagoas, que baseia seu currículo nas lutas sociais em defesa dos trabalhadores, dos direitos humanos e da democracia, faça um papel deste na Casa democrática do povo. A hiena é um mamífero carniceiro que se alimenta, sobretudo, de carnes de animais mortos e putrefatos. É esta a imagem que o deputado associa a homens e mulheres que diariamente arriscam suas vidas em defesa do povo alagoano? Ser militar, na visão de Paulão, é ser carniceiro? É comer lixo? Ter entendimento político diferente do de Paulão é ser hiena?”, questionou a associação.
PMs também criticaram fala do Paulão - Foto: Reprodução
Também em nota, a Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas (ACSPMCBM/AL) criticou a fala de Paulão. “Os militares de Alagoas e toda a população brasileira exigem respeito do parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT) e repudia veementemente qualquer tipo de agressão verbal e preconceituosa que venha a diminuir a imagem dos militares. A PM e o CBMAL são instituições centenárias que possuem alta relevância em seus serviços prestados aos alagoanos e com credibilidade e respeito”, criticou a associação.
Além disso, a Associação dos Coronéis PM/BM (ASCEL), através de nota, repudiou as falas proferidas pelo deputado federal, salientando que o parlamentar se envolveu em dois esquemas de corrupção nas operações da DPF/AL (sanguessugas e taturana), com seus padrinhos políticos de Brasília, e "conseguiu abafar tais acusações graves de desvio do erário".
"Os militares de Alagoas e toda sociedade alagoana exigem respeito do parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT) e repudiam veementemente qualquer tipo de agressão verbal e preconceituosa que venha diminuir a imagem dos militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas. A PMLA/CBMAL são instituições centenárias que possuem serviços relevantes e com credibilidade e respeito por todo o nosso Estado de Alagoas e no Brasil, pois detemos do Congresso Nacional, como Instituição o prêmio de Direitos Humanos".
Além da classe produtiva, militares, e o deputado Cabo Bebeto, quem também reagiu foi o vereador por Maceió Leonardo Dias (PL). Para o vereador, o passado de Paulão fala por si. “O passado do Paulão fala mais por si do que os seus discursos. Se existe alguma hiena, ela está no meio das ratazanas da companheirada dele e não no meio de manifestantes pacíficos e ordeiros”, expôs Dias.
Vereador Leonardo Dias - Foto: Divulgação
Fonte: GazetaWeb
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