Movimentações financeiras consideradas suspeitas, de altos valores, incompatíveis com a renda declarada, em mais de 1 mil transações via Pix, levaram as contas da família Bezerra serem encerradas pelos bancos em novembro de 2023.
Foi nesse período que o clã virou alvo da Polícia Civil de Pernambuco e personagem da Operação Integration, tendo seus históricos bancários investigados a partir daí. As contas da mãe, do filho e da irmã da influenciadora movimentaram R$ 7,9 milhões, em 1.180 transações via Pix, em menos de seis meses.
Solange Alves Bezerra Santos, de 55 anos, foi uma das investigadas. De 1/12/2022 a 21/01/2023, a mãe de Deolane, que tinha a renda presumida de R$ 10.004,37, movimentou R$ 478.973,61 durante esse curto período, aponta o inquérito, ao qual o EXTRA teve acesso.
Desse montante, por exemplo, 35,19% dos débitos, ou seja, R$ 167.433,23, aparecem em 25 transações com a Pay Brokers Cobrança e Serviço, uma das empresas investigadas na operação. Em mais de 60 Pix feitos na conta de Solange, aparecem também outras empresas ligadas às casas de apostas.
As movimentações na conta do filho caçula de Deolane Bezerrra, de 17 anos, também chamaram atenção. "A renda mensal de R$ 2.033,29, não ampara a movimentação, visto que a conta acolheu o montante a crédito no valor de R$ 1.393.959,84 no período analisado", diz o inquérito. De 01/12/2022 até 31/05/2023, os débitos na conta totalizaram R$ 1.357.464,96, sendo 99% transferências via Pix.
Entre pagamentos e recebidos, foram totalizados mais de 380 transações via Pix em menos de seis meses. "Fica patente ainda que Deolane utiliza-se de sua genitora e do seu filho menor de idade para lavagem de capitais investigada no presente inquérito policial", conclui o inquérito.
Já o deslize, digamos, financeiro de Dayanne Bezerra Santos, irmã caçula de Deolane, de 35 anos, é considerado o estopim da investigação da polícia civil e também o que levou, inicialmente, ao encerramento das contas da família.
Em novembro de 2023, ela tentou sacar R$ 2 milhões, em espécie, para comprar um imóvel em São Paulo, fazendo que, no dia 24/11/2023, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) alertasse inclusive a polícia. A movimentação foi considerada incompatível com a renda de R$ 21 mil mensais de Dayanne — ela tem apenas 1% de participação na Bezerra Publicidade, que tem Deolane como sócia majoritária. "Ocorre que o saque de dois milhões de reais, não foi autorizado pelo banco, que ainda cancelou a conta da Deolane Bezerra por suspeita de lavagem de dinheiro", consta no inquérito.
Sua vida financeira passou a ser então investigada. No período analisado, que vai de 01/04/2023 a 30/09/2023, a conta dela recebeu a crédito o valor de R$6.155.188,24, sendo 93% em 737 transferências via Pix. "Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente", apontou a investigação.
Fonte: Extra
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