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Entenda como funcionava esquema milionário que envolvia de estagiária a policial em AL

Por Elisângela Costa em 26/06/2024 22:33:55

Um dos presos na Operação Oplatek, deflagrada nesta terça-feira (25), é uma agente da Polícia Civil (PC) que trabalhava no setor financeiro da Delegacia Geral. Além dela, seu marido e seu irmão, que são sargentos da Polícia Militar (PM), uma irmã - que é estagiária do Ministério Público do Estado (MPAL) - e outras três pessoas da sua família foram presas.

O delegado Igor Diego, diretor da DRACCO, explica como o esquema funcionava. Ele relata que a servidora trabalha na Delegacia Geral da Polícia Civil e, desde 2014, cometia a fraude contra a administração pública. Ela era responsável pelo setor financeiro da instituição e desviava verba de alimentos para nove familiares.

“Ela fazia a inserção de dados no sistema da Polícia Civil e cadastrava pessoas da família para receber a verba em um valor acima do que é repassado normalmente para os policiais”, disse Diego.

Estavam no cadastro para receber a verba o marido da agente, três irmãos, a avó de 85 anos, a mãe, além de um tio, uma tia e o irmão do marido. Em cinco meses, a polícia descobriu um desvio de cerca de R$ 1 milhão. Em 10 anos, o prejuízo aos cofres públicos com o esquema foi de R$ 7,5 milhões.

Uma comissão de delegados investigou a fraude. O delegado João Marcello informa que foi descoberta uma grande movimentação financeira, principalmente para contas da agente e do marido dela. "Os parentes recebiam os valores e eles retornavam para a conta do casal. Ela iniciou essa atitude ilícita há cerca de 10 anos e vinha aumentando o fluxo de dinheiro desviado ao longo do tempo", relata.


Alto padrão de vida

O delegado Sidney Tenório explicou que, durante investigação, foi descoberto que a família da policial vive em um alto padrão, com imóveis, veículos de luxo e joias. "A gente percebe que, ao longo do tempo, foram adquiridos vários carros de luxo. Apartamentos na área nobre de Maceió, como o dela, além de terrenos na Barra de São Miguel e São Miguel dos Milagres".


Operação

Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Maceió e Colônia Leopoldina. Nos locais, foram apreendidos sete carros - sendo três de luxo -, joias, escrituras de imóveis, celulares, notebooks, relógios, ipads e maquinetas.

Também foram bloqueadas as contas de todos os envolvidos e sequestro de bens identificados até o momento. Tudo com a intenção de recompor o prejuízo ao erário.

A polícia informou que os presos devem responder por organização criminosa, peculato, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistema de informação. As penas, juntas, ultrapassam 44 anos de prisão.


Oplatek

A operação ganhou a denominação de “Oplatek” em referência à tradição milenar polonesa de dividir o pão (alimento sagrado) entre os integrantes da mesma família, como forma de fortalecer os laços familiares, o que, de certa forma, vinha sendo feito pelos integrantes da organização criminosa.


Fonte: GazetaWeb

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