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Ex-funcionária da empresa de Xuxa diz ter sido obrigada a trabalhar em evento de prostituição

Por Elisângela Costa em 10/08/2022 10:27:09

Xuxa Meneghel é sócia da empresa Espaço Laser (Reprodução)

Xuxa Meneghel é sócia da empresa Espaço Laser (Reprodução)

A Espaço Laser, empresa na qual Xuxa Meneghel é sócia, se envolveu em mais uma polêmica com seus funcionários. Uma fisioterapeuta, que atuava em uma unidade do Rio de Janeiro, procurou a coluna para contar que foi obrigada a participar de um evento de garotas de programa para vender pacotes de depilação. De acordo com a moça, a pressão para ‘bater metas’ se tornou a principal missão da empresa.

“Eles fazem uma rotatividade muito grande de funcionários. Muitos se demitem porque não aguentam e outros são demitidos. A gerente regional muda as gerentes das unidades que a gente trabalha, então cada uma que chega, já quer fazer da sua forma. E já chegam falando que tem que vender, fazendo pressão e falam: ‘Se não vender, a gente vai te demitir’. E eu nunca concordei com isso, até porque não paguei faculdade pra ficar vendendo pacote”, contou Renata Martins de Oliveira.

A fisioterapauta explicou que foi chamada pela gerente da unidade onde trabalhava, na Tijuca, Zona Norte do Rio, para vender os pacotes de depilação na Vila Mimosa, conhecida zona de prostituição da cidade. Segundo Renata, a profissional teria dito que ela tinha o perfil para esse trabalho. “O auge foi quando a nova gerente veio e falou que a gente teria que vender na Vila Mimosa e que eu tinha o perfil pra vender e tinha que ir com ela. Ela [gerente] falou: ‘Eu quero que você vá comigo porque você é extrovertida, articulada, tem o perfil de ir comigo’. Isso é um absurdo”, falou. 

Renata Martins contou ainda que a gerente chegou a ir na Vila Mimosa, mas acabou não ficando por lá. Após voltar, informou que estaria tendo um evento com as garotas de programa em uma casa de shows na região central do Rio e a fisioterapeuta teve que acompanhá-la para realizar a ação de venda de pacotes. Renata explicou para a coluna que após não se sentir bem no local, acabou demitida pela profissional.

“Estava tendo um evento no Circo Voador das prostitutas de Copacabana com as da Vila Mimosa e eu tive que ir. Lá, ela queria que eu ficasse abordando as prostitutas para poder vender. Eu, que não fui contratada pra isso, fui pra lá pra não ser demitida. Mas ela me demitiu dias depois dizendo que eu não me desenvolvi no evento, que eu não estou na vibe da empresa. Eu falei: ‘Realmente, eu não tô na vibe da empresa de vender minha alma pro diabo, pra vender pacote de depilação pra bater meta'”, disse.


Ela completou: “Pra ela ter feito isso, ela deve ter alguma autorização, porque estava a gerente da minha unidade e a gerente de campo, então acho que a empresa compactua com isso. Não é possível uma pessoa arrastar a outra, fisioterapeuta, para um evento desses. E ela só não ficou na Vila Mimosa porque não deixaram e aí ela disse que faríamos a ação nesse evento”.


Para esta coluna, a fisioterapeuta contou também que denunciou as gerentes e que leverá o caso para a Justiça. “Quando eu fui demitida, eu denunciei a gerente regional e a gerente que me levou pro evento e vou entrar com uma ação na Justiça”.

Renata Martins de Oliveira revelou ainda que todas as fisioterapeutas precisam bater uma meta de R$ 10 mil em pacotes vendidos a cada dez dias. “Quando a gente é contratado, eles até falam na entrevista que a gente tem que vender pacotes de depilação, mas que o foco principal é a aplicação do laser, para não queimar ninguém e fazer um atendimento de excelência. Só que lá, na realidade do dia a dia, a gente vê que não tem esse negócio de aplicar sem queimar. Pode queimar o cliente dos pés à cabeça, ele só tem que comprar [pacotes]. E a gente tem uma meta pra bater que é a cada dez dias, temos que vender 10 mil reais. O que é uma loucura”, explicou.

Procurada pela coluna, a assessoria da Espaço Laser emitiu uma nota de posicionamento: “A Espaçolaser possui um código de conduta e uma cultura corporativa pautada pela ética, respeito e colaboração entre seus funcionários. Atitudes de qualquer natureza que vão radicalmente contra nossos valores não são toleradas em nenhuma de nossas unidades. A empresa segue trabalhando para garantir um ambiente de trabalho inclusivo e confortável para todos. Por fim, é importante esclarecer que, na Espaçolaser, não discriminamos clientes por seus gêneros, raça ou atividade profissional – todos que quiserem se livrar dos pelos são bem-vindos em nossas lojas”.

Fonte: IG

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