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Fila de espera por um doador de órgão em AL é de quase 500 pessoas

Por Elisângela Costa em 09/09/2023 22:04:52

Em Alagoas, 486 pessoas estão na fila de espera pela doação de órgãos. O dado é da Central de Transplantes do Estado, que este ano, de janeiro a agosto, viabilizou a realização de 63 procedimentos. Lançada na segunda-feira (4), no Hospital Geral do Estado (HGE), a campanha Setembro Verde reúne histórias de pessoas que sobreviveram graças ao transplante de órgãos, buscando ampliar a conscientização da sociedade para a importância desse ato solidário que salva vidas.

Jorge da Silva Porto, tem 67 anos de vida, mas podia ter morrido aos 40 anos. Em 1993 foi diagnosticado com Hepatite C e, desde então, iniciou uma peregrinação para salvar o seu fígado e, consequentemente, a sua vida. Naquela época, o serviço de transplante não era realizado em Alagoas, condição que o obrigou a buscar ajuda em outra unidade federativa. Três anos depois, ele conseguiu o órgão e, com o passar dos anos, recuperou a sua rotina.

“Eu sou casado, tenho três filhos e sem o transplante provavelmente eles estariam órfãos, não curtiríamos tantos momentos que já compartilhamos juntos nesses quase vinte anos. O transplante é uma importante alternativa no esforço de salvar vidas. Eu sou prova disso! Hoje tenho hábitos saudáveis, não precisei mais voltar a ser internado, somente sigo realizando os meus check-ups, que é dever de todos nós”, disse.



Primeiro transplantado de fígado em AL voltou a atuar como profissional de Educação Física - Foto: Thalysson Alves

Primeiro transplantado de fígado em AL voltou a atuar como profissional de Educação Física - Foto: Thalysson Alves

Outro alagoano beneficiado com a decisão de alguém pela doação de órgãos foi Jorge Ricardo Queiroz de Andrade, de 58 anos. Ele é o primeiro transplantado de fígado em território alagoano, em consequência do vírus da Hepatite B. Na época, havia buscado ajuda nos estados de Pernambuco e Bahia, mas teve a feliz notícia de que deveria voltar a sua cidade natal, uma vez que já era possível contar com o serviço em Alagoas.

“O meu transplante aconteceu em maio de 2021, depois de ter sido internado no Hospital Escola Hélvio Auto, no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, sair de Alagoas e voltar para, finalmente, ser salvo pela equipe contratada pela Secretaria de Estado da Saúde na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Eu renasci! Hoje vivo normal, voltei a ser professor de Educação Física, personal trainer e até treinador de escola de futebol para crianças”, relatou com alegria.

Pessoas com doenças crônicas ou agudas, cujos tratamentos já esgotaram as possibilidades de recuperação e cuja única saída seja a substituição do órgão ou tecido afetado, por meio de um transplante, podem ser inseridas na lista de espera pela doação de órgãos. De acordo com a Central de Transplantes de Alagoas, dos 486 cidadãos que aguardam, 445 precisam de córneas, 36 de rim e cinco de um fígado.

“Esses pacientes foram inseridos no sistema após serem avaliados por uma equipe credenciada pelo Ministério da Saúde (MS) para realizar o transplante, que confirmou a necessidade do procedimento, ou identificou o diagnóstico de uma das doenças reconhecidamente transplantáveis. Essas patologias e condições de saúde estão elencadas no Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, definido pela Portaria de Consolidação GM/MS Nº 4. de 28 de setembro de 2017”, informou a coordenadora Daniela Ramos.

O HGE é referência na busca por possíveis doadores de órgãos com a atuação da Organização de Procura de Órgãos (OPO). Composta por equipe multidisciplinar, esses profissionais, ao identificar potenciais doadores, acolhem familiares e responsáveis para os esclarecimentos necessários. Somente com a autorização do familiar ou responsável que o processo de doação de órgãos pode ser cumprido.

“A decisão cabe apenas ao representante legal do paciente com parada cardiorrespiratória ou diagnosticado com morte encefálica. É importante esclarecer que a constatação da morte encefálica é feita por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido que define critérios precisos, padronizados e passíveis de serem realizados em todo o território nacional. Os critérios para identificar a morte cerebral ou encefálica são rígidos, sendo necessários dois exames clínicos com intervalos que variam de acordo com a idade dos doadores, realizados por médicos diferentes e um exame de imagem complementar”, pontuou a coordenadora da OPO, Eleonora Carvalho.


Fonte: GazetaWeb

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