Falsificação de identidades, golpes a clientes, fraudes processuais e contra a previdência e até certidão de óbito falsa. Esses são alguns dos crimes cometidos por um contador alagoano, que foi preso nessa quinta-feira (20) pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Segundo a Polícia Civil de Alagoas, ele é suspeito de pertencer auma organização criminosa especializada em falsificação de documentos.
O delegado da Dracco Igor Diego define o contador como “um falsário profissional”. A Polícia Civil descobriu que ele se passou por morto para fugir de condenações na Justiça. Para isso, ele falsificou a certidão de óbito, levando a Defensoria Pública de Alagoas a juntar o documento nos processos em que ele estava sendo julgado. Segundo a autoridade policial, o homem chegou a ter três processos extintos pela Justiça, em 2017, 2018 e 2019 por causa do documento falso.
Mas é desde 2014 que a certidão de óbito o aponta como morto. É o que diz o investigador. De lá para cá, o contador tem falsificado identidades, utilizado outros nomes, aplicado outros golpes e se livrado de possíveis processos.
O delegado da Dracco Igor Diego Vilela afirma que o homem se aproveitava da profissão de contador para enganar os clientes.
“Fazia a contabilidade das empresas desses clientes e, mensalmente, passava os valores dos tributos que deveriam ser pagos. Os clientes passavam os valores para ele e ele apresentava, posteriormente, os comprovantes dos pagamentos desses tributos. Depois de muitos anos foi verificado que, na verdade, todos aqueles boletos e comprovantes de pagamentos apresentados por ele aos clientes eram falsos. Ou seja, ele falsificava esses boletos e comprovantes de pagamentos”, expõe o delegado, em entrevista à imprensa.
Por causa disso, o contador passou a ser investigado, tendo as empresas e os proprietários vítimas em diversos processos judiciais instaurados contra o suspeito.
“Ocorre que, para se safar de condenações, ele acabou falsificando a própria certidão de óbito. E com a juntada desse certidão nesses processos, todos eles foram extintos pela morte do autor. Então ele conseguiu se safar de várias condenações. No entanto, posteriormente isso foi descoberto, e ele passou novamente a ser processado”, afirma Igor Diego.
De acordo com a autoridade policial, a investigação contra o contador ocorre “há meses”. Agora, ele responde a processos tanto na Justiça Estadual, como na Justiça Federal. “Porque ele praticava estelionatos, fraudes contra a previdência, recebendo valores indevidos também da previdência e falsificava documentos públicos. Também praticou fraude processual ao juntar essa certidão de óbito aos diversos processos. Ele vive de praticar esses crimes contra a fé pública, também contra a administração pública, desviando patrimônio público, recebendo indevidamente da previdência”, diz a autoridade policial.
O delegado afirma que foi difícil localizar o homem devido à quantidade de documentos de identidades falsificados. “Até a própria família dele se sentia enganada porque não tinha conhecimento que ele estava morto. Agora ele vai responder por todos os processos que estavam extintos e mais alguns que estão em andamento”, finaliza Igor Diego Vilela.
Fonte: GazetaWeb
Gostaríamos de utilizar cookies para lhe assegurar uma melhor experiência. Você nos permite? Política de Privacidade