O INSS começou a usar nesta segunda-feira uma inteligência artificial (IA) para detectar fraudes em atestados médicos usados para solicitação de benefícios, como o auxílio-doença, chamado de 'benefício por incapacidade temporária'. A ferramenta transforma a maneira como a Previdência hoje avalia o documento que concede o auxílio. Mas, afinal, o que muda para o cidadão? Tire suas dúvidas a seguir.
Hoje, o segurado envia o atestado médico pelo Atestmed, sistema on-line de pedido automático, em que é possível conseguir o benefício sem passar pela perícia médica presencial. As análises levavam cerca de 45 a 90 dias. Agora, um robô analisa o envio e faz cruzamentos em bancos de dados para mapear irregularidades — com uso até de análise comportamental.
O que muda na análise do auxílio-doença?
Até o ano passado, o monitoramento dos atestados era feito por amostragem. Com a inteligência artificial, o robô da Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal) é capaz de "ler" o documento e encontrar indícios de fraude. A ferramenta faz uma varredura e vai ser capaz de analisar todos os documentos.
Como o robô vai avaliar o atestado?
A inteligência artificial vai conferir nos atestados diversos aspectos que indiquem fraude
A identificação dos médicos, como nome e assinatura
Os registros no CRM (Conselho Regional de Medicina) ou de outro conselho de medicina
A grafia (letras) dos profissionais
Os disparos em massa de um mesmo IP (internet protocol), endereço exclusivo de onde é enviado um arquivo
Banco: Fim de uma era: transferências por DOC acabam nesta segunda-feira
O que acontecerá com quem fraudar atestado médico?
De acordo com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, quem fraudar atestados médicos vai responder criminalmente. Em dezembro, o órgão já havia identificado casos de fraudes e estes foram entregues à Polícia Federal para tomar as medidas cabíveis.
— E podem estar certos: a pessoa que apresentar atestado médico falso vai responder criminalmente — alertou Stefanutto, na ocasião.
Um dos casos já detectados e entregue à PF foi o de uma profissional de São Paulo com quatro padrões de letras diferentes. A médica sequer trabalhava no hospital informado no atestado médico.
Fonte: O Globo
Gostaríamos de utilizar cookies para lhe assegurar uma melhor experiência. Você nos permite? Política de Privacidade