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Júlio Cezar entregou saneamento à Águas do Sertão por 40 anos: um contrato de alto risco para o povo, assinado pelo ex-prefeito com o silêncio dos vereadores

Por Redação Palmeira Fm em 15/05/2025 10:01:46

Em 16 de junho de 2021, a Prefeitura de Palmeira dos Índios assinou um pacto que pode se revelar um verdadeiro contrato com o diabo. Em um movimento que já mostrou inquietações, o município entregou por 40 anos a gestão de seu saneamento básico ao Estado e esse à empresa Águas do Sertão. A justificativa?

Modernizar e ampliar os serviços. O resultado? Uma incerteza colossal sobre o futuro dos palmeirenses, que agora se veem reféns de um contrato leonino e de consequências imprevisíveis.

Os arquitetos do pacto – quem rubricou a sentença de Palmeira?

A decisão que amarrou Palmeira dos Índios à Águas do Sertão por quatro décadas foi firmada por três protagonistas:

• Julio Cezar da Silva, prefeito à época, que avalizou o acordo sem a devida consulta popular.

• Renan Calheiros Filho, então governador de Alagoas, que atuou como avalista da concessão.

• Camila da Silva Ferraz, representante da ARSAL, que ficou responsável por “fiscalizar” um contrato de amplitude e complexidade titânicas.

A ausência de um debate amplo e transparente deixou uma pergunta sem resposta: a quem realmente interessa a entrega de um serviço essencial por um período tão longo?

Águas do Sertão: a nova senhora do saneamento em palmeira

A Águas do Sertão recebeu a missão de gerir o saneamento básico de Palmeira dos Índios sob um modelo de “CONCESSÃO regionalizada”. Isso significa que a empresa passa a operar não apenas em Palmeira, mas em outros municípios, centralizando o controle das tarifas e da qualidade dos serviços. A ARSAL, que deveria atuar como reguladora, é vista agora como uma mera expectadora em um espetáculo cujas regras já foram definidas nos bastidores.

Os riscos do pacto: um preço elevado para a população?

A concessão assinada em 2021 é um verdadeiro cheque em branco que pode custar caro ao município. Os riscos são evidentes:

• Autonomia Subjugada: Com a transferência da gestão ao Estado e a operação à Águas do Sertão, Palmeira perdeu o poder de decisão sobre um serviço essencial.

A cidade deixa de ser protagonista para se tornar coadjuvante em um contrato de longa duração, que se estende por quatro décadas.

• Controle tarifário nas mãos da concessionária: A empresa tem carta branca para definir tarifas sob o pretexto de garantir a viabilidade econômica do contrato.

Quem garante que a população não pagará a conta de uma gestão ineficaz?

• Indenizações e rombo financeiro: Em caso de descumprimento contratual ou de inviabilidade econômica, a Prefeitura poderá ser acionada para cobrir o rombo. Ou seja, o prejuízo que deveria ser arcado pela concessionária poderá cair no colo dos contribuintes palmeirenses.

Omissão e conivência – onde estavam os representantes do povo?

Assinado sem consulta popular e com um período de concessão extremamente longo, o contrato acende um alerta vermelho sobre a responsabilidade da administração. Com quatro décadas de vigência, o convênio se torna uma verdadeira camisa de força, da qual a população só poderá se livrar pagando um alto preço.

A Tribuna do Sertão seguirá acompanhando de perto os desdobramentos desse pacto faustiano que, a julgar pelos sinais iniciais, pode transformar o saneamento básico de Palmeira dos Índios em um campo minado de dívidas e descaso. O futuro está em jogo — e a conta, ao que tudo indica, já começou a chegar.


Fonte: Tribuna do Sertão


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