O crescimento expressivo do número de adolescentes de 16 e 17 anos aptos a votar entre a última eleição e a deste ano obriga os candidatos a buscar maneiras de se comunicar com esse grupo. No caso da disputa presidencial, na qual os concorrentes mais competitivos já passam todos dos 50 anos de idade, esse diálogo pode ser um tanto desafiador. Com a ajuda de equipes de marketing, os postulantes ao Planalto têm se aventurado nas redes sociais mais caracterizadas pela presença de jovens, como TikTok e Kwai.
Essas plataformas têm características diferentes das “tradicionais”, como Facebook, Twitter e Instagram. Nelas, a regra é ser objetivo. Não há espaço para grandes textos ou ideias complexas, e a circulação de conteúdo praticamente independe da rede de contatos. Por isso, é preciso investir em conteúdo com potencial para “viralizar”, como dancinhas, clipes curtos com muita informação, piadas e “lacradas”.
Candidato com mais seguidores no conjunto das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) abstraiu o fato de tanto o TikTok quanto o Kwai terem sido inventados na China e apontados como possivelmente frágeis e opacos em relação à segurança e privacidade e criou seus perfis nas duas plataformas vários meses antes do início da campanha.
Deu certo, e o candidato à reeleição tem mais seguidores do que seus adversários nas duas redes, além de contar com grande engajamento da militância. Nessas plataformas ligadas aos mais jovens, porém, o desempenho do petista Luiz Inácio Lula da Silva não está tão longe de Bolsonaro quanto em outras redes, como o Instagram.
No Kwai, por exemplo, Lula ostenta o mesmo número de “curtidas” que Bolsonaro – 5,5 milhões – no material postado, apesar de possuir cerca da metade de seguidores (1,3 milhões contra 2,2 milhões) e de ter publicado bem menos conteúdo (82 posts do petista contra 244 de Bolsonaro).
Terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, o pedetista Ciro Gomes também mostra bons números no Kwai, ainda que não engaje tanto quanto Bolsonaro e Lula. Com 636 mil seguidores, ele já conseguiu 3 milhões de curtidas no material que postou. Correndo (bem) atrás, aparece a candidata que chegou por último nessa rede (e na disputa pelo Planalto): Simone Tebet (MDB), que tem 95 mil seguidores e foi curtida 7,5 mil vezes pelos usuários da plataforma.
Já no TikTok, Bolsonaro está mais bem posicionado e pode celebrar 23,7 milhões de curtidas no conteúdo que postou até meados de agosto, além de ter 2,1 milhões de seguidores. Lula, que entrou na rede já na pré-campanha, foi curtido 5 milhões de vezes e conta com o apoio de 729 mil usuários. Nos últimos dias, porém, suas postagens têm sido mais assistidas que o conteúdo publicado por Bolsonaro – cenário que pode ser um efeito da entrada do deputado federal André Janones, muito popular nas redes, na campanha lulista.
Fonte: Metrópoles
Gostaríamos de utilizar cookies para lhe assegurar uma melhor experiência. Você nos permite? Política de Privacidade