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Metade das pessoas com Covid-19 apresenta sequelas persistentes, diz especialista

Por Elisângela Costa em 28/08/2022 13:58:24

Infectologista Luciana Pacheco

Infectologista Luciana Pacheco

Nos primeiros meses de 2020 quando o mundo soube da ameaça chamada Covid-19 não se imaginava que morreriam tantas pessoas e que ela provocaria nos infectados problemas de saúde inimagináveis. Alertas sobre os efeitos da doença foram feitos em momentos diferentes durante a pandemia e até hoje ainda há perguntas sem resposta. Uma dessas complicações causadas pela Covid – e não esperada anteriormente - é a alteração neurológica. Pessoas que tiveram a doença relatam situações fora do sistema pulmonar – relacionadas na pesquisa - como perda de memória, falta de concentração e atenção, raciocínio lento, sonolência, fadiga excessiva, ansiedade, depressão e dificuldades com linguagem.

Em entrevista à Gazeta de Alagoas, a infectologista Luciana Pacheco – que acompanha a evolução da pandemia de Covid desde o início - recorda que mesmo quem teve a doença de forma leve pode desenvolver distúrbios neurológicos cognitivos, como lapsos de memória, linguagem e raciocínio.

“Essas alterações demonstram que a Covid é uma doença multissistêmica, podendo acometer vários órgãos como o cérebro e necessita de estudos continuados para uma compreensão melhor sobre estas sequelas, inclusive se a vacinação também protege dessas sequelas. No estudo realizado em Minas Gerais a maioria das pessoas que participou da pesquisa não tinha se vacinado ainda”, afirma a médica.

Com relação às sequelas prolongadas, Luciana Pacheco cita ainda o estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais que mostrou que metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresenta sequelas que persistiram por 14 meses, caracterizando a “Covid Longa”.

A reportagem pergunta à médica infectologista se pelo que tem acompanhado sobre a Covid-19, quais as principais complicações que a doença causa entre pacientes em Alagoas. Ela lembra que os boletins com informações não indicam as principais complicações decorrentes da doença.

“Mas sabemos que quando ocorrem, envolvem principalmente os pulmões, os rins e as condições de doenças preexistentes que inclusive são fatores de risco para o agravamento dos casos e essas os boletins informam como sendo as principais as diabetes mellitus, cardiopatias e obesidade”, diz.

“Já existem muitos estudos mostrando que essas sequelas são reais e impactam bastante a qualidade de vida da população afetada e também a rede de atenção à saúde que tem ficado mais sobrecarregada com atendimentos a essa situação. São muitos sintomas, como fadiga intensa, dor de cabeça frequentes, dificuldade para respirar, alterações no paladar e olfato, além de transtornos mentais, como ansiedade, agitação, insônia. Mesmo em paciente com a doença leve, tem se observado a persistência dos sintomas, e há necessidade de se diagnosticar esses casos para uma terapia mais adequada”, afirma Luciana Pacheco.

Fonte: GazetaWeb

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