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Pesquisa desenvolve aplicação de vacinas por meio de adesivos para quem tem medo de agulha

Por Elisângela Costa em 14/07/2023 22:59:43

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão participando de um projeto que visa desenvolver adesivos de pele para a aplicação de vacinas de forma indolor. O objetivo é facilitar a imunização de pessoas com fobia ou medo de agulha.

“Esses adesivos são compostos de uma série de microagulhas, com menos de 1 milímetro, que podem liberar na pele medicamentos, substâncias com finalidade estética e também vacinas, vai depender da escolha do fabricante. As pessoas não sentem dor, porque as microagulhas não alcançam os nervos responsáveis pela dor”, explicou a pesquisadora Lídia Andrade, do Laboratório de Biologia Celular, do ICB.

A pesquisa está sendo conduzida pela startup Microneeds, em parceria com o Instituto do Coração (Incor) e diversas universidades brasileiras. Além da UFMG, participam a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A UFMG é responsável por testar a segurança toxicológica das microagulhas.

“Nós estamos testando se esse material do qual as microagulhas são feitas causa algum tipo de irritação, alergia, inflamação. Nós usamos células de pele humana e de camundongo, compradas em bancos internacionais, colocamos esse material sobre elas e avaliamos se vai acontecer alguma coisa, se elas vão parar de crescer ou mudar de forma”, disse Lídia.

Segundo ela, por enquanto, os resultados têm sido promissores: as células não pararam de crescer nem tiveram a morfologia modificada. Além disso, os testes indicaram que as microagulhas são capazes de liberar rapidamente o conteúdo que carregam.

A expectativa é que os testes continuem até 2025. Ainda é preciso avaliar, por exemplo, qual será o efeito das microagulhas no material genético das células. Não há previsão de disponibilização dos adesivos de pele no mercado.

“Todo esse processo é imprescindível para que nós tenhamos segurança para utilizar esse tipo de dispositivo”, afirmou Lídia.


Fonte: G1 MG


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