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Pessoas negras têm 23,7 vezes mais chance de serem assassinadas em Alagoas

Por Elisângela Costa em 18/06/2024 22:49:33

A chance de uma pessoa negra ser assassinada em Alagoas é 23,7 vezes maior àquela de uma pessoa não negra, aponta o Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (18).

O estudo do Fórum Brasileiro e do Ipea apontou que Maceió é a quarta capital do Brasil com a maior taxa (57,5) de homicídios de pessoas negras para cada 100 mil habitantes. Em 2022, em Alagoas, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes negros no estado atingiu 45,1.

O Atlas revela que as regiões Norte e Nordeste aparecem como as mais violentas do país. No outro extremo, de capitais menos violentas, aparecem Florianópolis, com taxa de 8,9 por 100 mil habitantes, Brasília, com 13, e Cuiabá, com 15,2.

Para a coordenadora do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e também integrante da Comissão Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial, Valdice Gomes, o racismo é um dos problemas sociais mais graves no Brasil e depende de políticas públicas direcionadas.

"Pra nós da militância negra esses dados não são surpresa. As estatísticas estão aí provando que a população negra é a mais vulnerabilzada e a mulher negra principalmente. Não existe políticas públicas voltadas na área da educação, na segurança pública, na saúde e nem na geração de emprego", disse.


Mulheres negras morrem mais

O Atlas da Violência também analisou o comportamento das taxas de homicídio de mulheres segundo raça/cor. O estudo apontou que no Brasil, em 2022, a chance de uma mulher negra ser assassinada era 1,7 vezes maior do que a de uma mulher não negra (branca, amarela ou indígena).

No entanto, em algumas estados esses dados são ainda mais críticos. Em Alagoas, por exemplo, a chance de uma mulher negra ser vítima de homicídio é 7,1 vezes maior do que a de uma mulher não negra. Esses dados estão acima da média nacional, que é de 1,7 vezes.

O estudo indica que mulheres negras são tradicionalmente mais expostas a fatores geradores de violência, em comparação com mulheres não negras.

"A mulher sofre por ser mulher, a negra sofre por ser mulher e por ser negra. Ela sofre pela questão de classe, por estar em uma pirâmide socioeconômica onde ela é quem está na base dessa pirâmide, é ela quem menos tem renda", afirmou Valdice.

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Fonte: g1 AL


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