O comando da Polícia Militar de Alagoas prendeu nesta terça-feira (21) dois policiais militares que teriam interferido indevidamente em uma ocorrência de violência doméstica que envolveu o Dr. JHC, irmão do prefeito de Maceió, JHC (PL), e a noiva dele. Um terceiro PM deverá se apresentar à corporação até amanhã desta quarta-feira (22).
No último sábado (18), a noiva do Dr. JHC ligou para o Copom da Polícia Militar afirmando que tinha sido agredida por ele. No entanto, ao longo da ocorrência e na Central de Flagrantes ela teria negado a informação.
No entanto, segundo informações que chegaram à Secretaria de Segurança Pública (SSP), três policiais militares - pelo menos um cedido ao gabinete da Prefeitura de Maceió - teriam agido de forma a dificultar a denúncia contra o Dr. JHC.
O órgão considerou que, ao atender a ocorrência no apartamento dele, a polícia deveria ter o direcionado imediatamente à Central de Flagrantes. Entretanto, os policiais teriam passado 45 minutos com Dr. JHC, antes de levá-lo à Central.
Enquanto isso, segundo o comando-geral da Polícia Militar, um terceiro militar, que não tinha nenhuma relação com a guarnição da ocorrência, chegou ao local e interferiu indevidamente, retirando a noiva de JHC da custódia dos outros policiais chamados para atender a situação.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Amorim explicou que os dois policiais presos foram interrogados pela Corregedoria da Polícia Militar e esta chegou à conclusão de que a atitude dos policiais é considerada "grave". Com isso, eles ficarão presos por 72 horas, como parte do procedimento administrativo disciplinar simplificado instaurado para apurar a situação.
Amorim informou ainda que o terceiro policial também deverá ser preso. Para o comandante-geral, esse PM teve a atitude "ainda mais grave" por ter retirado "suposta vítima" da proteção da guarnição e permanecido por um tempo com a mulher.
A Associação dos Militares do Estado de Alagoas (AMEAL) manifestou apoio aos militares presos administrativamente. Confira nota na íntegra:
Nesse momento de desgaste, cabe recordar que os policiais militares são agentes públicos concursados, com formação e capacitação específicas, bem como que iniciam a carreira mediante solene juramento de lealdade e obediência às leis. Portanto, sua atuação merece ser tomada previamente como legítima até que existam elementos suficientes para demover tal presunção.
Pertinente ainda ressaltar que a restrição da liberdade dos militares, de forma sumária, lamentavelmente encontra amparo jurídico, sendo, porém, exigível a observância de todos os requisitos legais, o que enseja a atuação imediata da AMEAL quanto à assistência jurídica em favor dos militares sancionados pela medida.
No mesmo sentido, não serão medidos esforços destinados ao apoio psicossocial aos referidos militares e aos seus familiares!
Desde já, faremos todo o possível para que o deslinde do fato ocorra o quanto antes, reforçando nosso compromisso com a proteção dos direitos e o bem-estar dos militares e seus dependentes!
Fonte: GazetaWeb
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