Depois de pagar R$ 30 milhões de precatórios aos professores de Palmeira dos Índios, o prefeito Júlio Cézar (MDB) passou a receber olhares não tanto amistosos de colegas seus, que não estão dispostos a liberar os recursos reivindicados pelos trabalhadores da educação.
Em conversa com aliados, no próprio gabinete, o prefeito deixou claro que não vai se preocupar com a questão dos olhares tortos, mesmo sabendo que em Alagoas “as cobras venenosas escondem as presas”.
Mas não só isso, destaca ele: “Nós estamos numa terra em que as balas fazem curvas e cachorro raivoso não late, faz au…, au…”.
É verdade que ele fala metaforicamente. Mas, é por demais estranho que prefeitos do interior alagoano não se esforcem para pagar os precatórios do Fundeb aos profissionais da educação.
Eles receberam o dinheiro a fundo perdido e, no entanto, negam direito a quem mais trabalha na formação da vida cultural, da cidadania e do conhecimento de cada cidade.
Há no escopo da Associação dos Municípios Alagoanos uma espécie de mantra de que a justiça impede o pagamento. Balela. Ou desculpa esfarrapada.
Se fosse um fato, o prefeito de Maceió, JHC (PL), não teria feito o pagamento dos precatórios aos servidores da educação municipal.
E curioso: Logo depois dele, o próprio Júlio Cézar concluiu há uma semana o pagamento desses precatórios na terra Xucuru-Kariri.
E não é por ser ele um negro, descendente de índio Fulni-ô, de Águas Belas, em Pernambuco, que, neste caso, teria sido abençoado pelos espíritos dos ancestrais. Coisa nenhuma!
Na verdade, ele fez o caminho que todo e qualquer gestor deveria fazer. Especificamente, foi à Justiça Federal, na 5ª Região, no Recife, e conquistou o direito de liberar os precatórios ao pessoal do magistério.
Portanto, quem não paga é por que não quer. O dinheiro existe e não é pouco.
Agora, cabe a cada prefeito revelar, verdadeiramente, o que quer fazer com a grana.
Fonte: eassim.com.br
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