Rayssa Leal conquistou neste sábado o primeiro ouro do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. A vice-campeã olímpica dominou o skate street, modalidade estreante dos Jogos. A skatista de 15 anos confirmou o favoritismo com um show de manobras e se tornou a primeira campeã pan-americana do skate, puxando uma dobradinha brasileira com Pâmela Rosa. A americana Paige Heyn ficou com o bronze.
Rayssa e Pâmela espantaram o frio de 12ºC de Santiago com um show. Parecia que as brasileiras estavam em uma competição à parte tamanho o domínio das duas. Nesse duelo brasuca, a vice-campeã olímpica levou a melhor, com manobras de dificuldade superior, só não liderou a quarta rodada, quando falhou em uma manobra única, mas rapidamente descartou o erro com um notão. A skatista de 15 anos somou 236,98 pontos (76,03 como melhor volta + 76,72 e 84,23 nas manobras únicas).
- Foi muito especial essa medalha. Mais um vez representando muito bem o skate feminino e o Brasil. Tava a galera toda. Parecia que eu tava competindo no Brasil. Vai ficar na história, porque é o primeiro campeonato pan-americano de skate. Pra mim, é surreal. Consegui acertar minha manobra, então é só felicidade. Tô muito feliz. Tava dividindo o quarto com a Pam. A gente se aproximou bem mais. Tamo fazendo tudo junto. Menos no banheiro, né!? Mais um campeonato conseguindo dobradinha. Espero que continue assim. O Pan vai todo mundo da seleção brasileira, então é muito divertido - disse Rayssa.
Pâmela arriscou e teve dificuldades nas manobras únicas, mas acertou as duas manobras que precisava para chegar à prata. A bicampeã mundial somou 211,34 pontos (73,17 na volta + 60,73 e 77,44 nas manobras únicas). A americana Paige Heyn somou 176,35 pontos.
Rumo a Paris
Modalidade estreante dos Jogos Pan-Americanos, o skate não dá vagas olímpicas no Chile, nem vale pontos para o ranking olímpico. As brasileiras estão bem no páreo para Paris. Rayssa Leal é a vice-líder do ranking olímpico, enquanto Pâmela é a sétima colocada. Gabi Mazetto, na 10ª posição, também está na zona de classificação.
- A gente prefere não pensar tanto em Paris agora, porque, querendo ou não, tá um pouquinho longe. Tem alguns campeonatos por vir. É sim um treinamento para as Olimpíadas - disse Rayssa.
Ajudinha especial da mãe
Rayssa contou com uma torcedora especial em Santiago: Lilian Mendes. A mãe da skatista não pôde acompanhá-la na Vila Pan-Americana, mas deu um abraço e alguns conselhos preciosos para a filha antes da decisão do street.
- Ela falou para eu ir com confiança, porque a gente já tinha montado a estratégia antes da competição. Ela não pôde ficar na Vila comigo, então tava meio que seis dias sem vê-la. A gente só tava mantando a saudade mesmo. Ela me passou uma confiança que outras pessoas não conseguem, óbvio, por ela ser minha mãe, ser minha coach. Estar com ela, eu me sinto bem mais segura. Ela me ajudou bastante - disse Rayssa.
A final
Pâmela Rosa abriu sua participação no Pan mostrando por que é bicampeã mundial. Com muita velocidade e manobras difíceis, conseguiu 70,24 pontos na sua primeira volta de 45 segundos e cresceu para 73,17 pontos na segunda tentativa. Rayssa Leal fez uma primeira volta "de segurança" com grandes manobras e assumindo a liderança com 76,03 pontos, arriscou uma linha mais difícil na segunda chance, mas teve falhas, ficando com a nota da primeira volta. Só a americana Paige Heyn se aproximou das brasileiras nas voltas, com 69,52 pontos.
Nas manobras únicas, cada skatista tinha cinco chances para contar as duas melhores notas. Pâmela arriscou no começo e errou as duas primeiras tentativas. Foi para uma manobra de segurança e conseguiu 60,73 pontos. Na quarta chance, voltou à manobra difícil no corrimão e acertou (77,44 pontos). Com a prata praticamente na mão, arriscou na última manobra e zerou.
Rayssa abriu suas manobras únicas com um 68,68 no corrimão. Falhou na segunda tentativa e por um curto período saiu da liderança da prova. Só que garantiu o ouro na manobra seguinte com um 76,72 pontos. A vice-campeã olímpica ainda melhorou seu somatório com um 84,23 pontos, maior nota da competição. Fechou com um 67,96 pontos que entraria na nota de qualquer outra skatista em Santiago, mas foi um descarte de luxo para a brasileira.
Maior adversária das brasileiras, a americana Paige Heyn teve dificuldades nas manobras únicas. Assim como Pâmela, errou as duas primeiras tentativas. Foi para manobras de segurança para garantir o pódio (42,18 e 64,65 pontos), mas zerou a última chance de subir na classificação.
Fonte: Globo Esporte
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