Quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024

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Sangramento talâmico: especialista explica diagnóstico de Sidney Magal

Por Elisângela Costa em 31/05/2023 13:47:54

Nesta terça-feira (30/5), o Hospital do Coração (HCor), onde o cantor Sidney Magal está internado em São Paulo após ter um mal-estar durante um show na última quinta-feira (25/5), comunicou através de um novo boletim médico que o cantor sofreu um pequeno “sangramento talâmico”. A condição se configura como um sangramento espontâneo e agudo no cérebro. Para explicar mais detalhes sobre o diagnóstico, a coluna LeoDias conversou com o médico cirurgião-geral e intensivista Anderson Oliveira.

Segundo o especialista, a hipertensão arterial é um dos principais causadores desse tipo de sangramento, que pode inclusive deixar sequelas permanentes nos pacientes.

“Hemorragias cerebrais são urgências médicas que necessitam de internação e uma atenção especial para descobrir a causa. Essa condição, normalmente, tem três principais causas. A primeira mais comum é o traumatismo crânio encefálico (TCE) que geralmente é causado por quedas, seguido de contusões na cabeça e sangramento cerebral (hematomas subdurais ou sangramento intra parenquimatoso). Em segundo lugar, vem o AVC hemorrágico causado por aneurismas ou má-formações arteriovenosas. Por último, a hipertensão arterial sistêmica ou “urgência hipertensiva” que podem acarretar em pequenos sangramentos talâmicos, intra parenquimatoso ou em locus cerebrais”, explicou Oliveira.

“No caso do Sidney Magal houve uma lesão vascular cerebral que culminou em sangramento agudo na região do cérebro, ou popularmente conhecido como AVC hemorrágico. Sendo esta uma consequência do principal causador, a hipertensão arterial, ou o que comumente chamamos de ‘urgência hipertensiva’. Quando os níveis pressóricos das artérias estão tão elevados que são regulados somente com medicações endovenosas e internação hospitalar para controle rigoroso”, completou o especialista.

Ainda de acordo com o especialista, esses sangramentos são graves e podem sofrer expansão com necessidade de intervenção cirúrgica ou apresentar pontos de isquemia e acarretar em possíveis sequelas como um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico.

Mas o que é HAS? 

A hipertensão arterial Sistêmica (HAS) é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1,13 bilhão de pessoas tenham hipertensão arterial em todo o mundo. Esse número representa aproximadamente 1 em cada 4 adultos. A prevalência é maior em países desenvolvidos, como Estados Unidos e países da Europa Ocidental, mas está aumentando rapidamente em países em desenvolvimento, devido a fatores como mudanças nos estilos de vida e envelhecimento da população.

No Brasil, aproximadamente 32% da população apresenta a doença, entretanto apenas aproximadamente 25% faz o tratamento adequado. Segundo a sociedade brasileira de cardiologia essa taxa de hipertensos pode ter aumentado por conta da Pandemia e do sedentarismo.

A hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença de cunho cardiovascular, onde há aumento corriqueiro da pressão Arterial e aumento da resistência Vascular periférica, além de danos silenciosos aos Rins, cérebro e coração. Não há cura, mas existe controle.

Muitas pessoas com hipertensão arterial não sabem que têm essa condição, até que seja detectada durante uma consulta médica de rotina ou quando ocorre uma complicação relacionada, como um ataque cardíaco, derrame ou problemas renais.

Sabendo que a Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica e de evolução lenta e passível de controle. É necessário alertar a população das consequências e optar pela prevenção.

Por isso, a medicina preventiva é tão importante. Medidas simples como MEV (Mudança do Estilo de Vida), boa alimentação e atividade física corroboram em uma vida saudável com menores riscos de doenças como Hipertensão Arterial.

Leia o boletim médico na íntegra

“São Paulo, 30 de maio de 2023 – O paciente Sr. Sidney Magal apresenta boas condições clínicas. Após realização de exames diagnósticos, foi constatado pequeno sangramento talâmico (sangramento espontâneo agudo no cérebro, muitas vezes, relacionado à hipertensão arterial). O episódio não trouxe sequelas ao paciente.

O paciente ficou em observação por 72 horas na Unidade de Terapia Intensiva, apresentou boa evolução e, a partir de agora, seguirá em acompanhamento das equipes médicas na Unidade de Internação do Hcor, sem previsão de alta hospitalar.

Dr. Gabriel Dalla Costa – Superintendente Médico


Fonte: Metrópoles

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