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Uniformes do Brasil para as Olimpíadas geram polêmica: “Chocante”

Por Elisângela Costa em 20/07/2024 18:03:05

A menos de uma semana da abertura das Olimpíadas de Paris, na França, as delegações de todo o mundo divulgam os kits de uniformes e outros looks que serão usados durante os jogos. As reações, no entanto, são majoritariamente negativas quando se trata das roupas dos atletas brasileiros, que geraram críticas pelos designs simples e pela falta de criatividade em um evento de tanta magnitude.


A polêmica moda brasileira nas Olimpíadas

A delegação brasileira se apresentará na abertura oficial dos Jogos Olímpicos, em 26 de julho, com uma coleção assinada pela varejista Riachuelo. O que chama atenção nas peças são os bordados, feitos à mão por artesãs do Rio Grande do Norte. Os desenhos representam a fauna e a flora do país, com símbolos como a onça-pintada e folhas locais. Durante a estadia em Paris, os atletas vestirão trajes da etiqueta chinesa Peak Sports.

O fundador da grife brasileira Misci, Airon Martin, por exemplo, opinou sobre o assunto. O estilista defendeu a beleza por trás do processo envolvendo as bordadeiras, mas afirmou que faltou cuidado nos designs olímpicos.

“A moda precisa de mais profundidade e envolve muitas outras camadas e processos. A marca do Brasil precisa ser revisitada, e a moda precisa ser o início desse novo posicionamento”, escreveu o designer em postagem no Instagram.

Na rede social X, usuários se mostraram descrentes com os visuais brasileiros para as Olimpíadas, especialmente quando comparados aos de outras delegações. “Parece que não temos cultura”, disse uma internauta.

A consultora de estilo e influenciadora Manu Paimm também se posicionou no Instagram: “O Brasil é rico em tanta coisa… temos comunidades indígenas que fazem bordados e pinturas artesanais, comunidades extrativistas que produzem tecidos emborrachados. Faltou explorar mais as nossas culturas e matérias-primas”, afirmou.

Vale destacar que são importantes para o cenário fashion brasileiro projetos sociais de moda, como o Projeto Fio e o Coletivo Chita, do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, que capacitam estilistas da periferia. Outro grupo de relevância é a Oyá Criativa, de Salvador, que insere a população local no mundo da moda por meio de oficinas com designers renomados.

A principal questão discutida é a imagem que o Brasil passa para o mundo nas Olimpíadas, um dos eventos mais assistidos do planeta. Em um território de dimensões continentais, a miscigenação não está apenas no sangue, mas também no vestuário, e reduzir tamanha grandiosidade a uniformes com símbolos e traços simplistas é negar milênios de história que fazem do Brasil uma referência nos esportes e na moda.


Fonte: Metrópoles

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