Hospital da Unimed está com 85% das obras terminadas - Foto: Reprodução
No cerne do agreste alagoano, uma história está se desdobrando. A Unimed de Palmeira dos Índios, apesar de levar o nome da cidade de Palmeira, voltou seus olhos e recursos para Arapiraca, onde constrói em parceria com a unidade arapiraquense e investidores particulares um novo mega hospital, o Ágape Memorial. Enquanto a expansão em si pode parecer uma vitória para a saúde na região, muitos em Palmeira estão se perguntando: e nós?
Por anos, os residentes de Palmeira dos Índios investiram em seus planos de saúde, confiando na Unimed para fornecer cuidados de qualidade na cidade em que vivem. O dinheiro dos usuários da cidade-sede que financia a cooperativa tem sido o alicerce da operadora, mas agora, muitos se sentem menosprezados, à medida que os benefícios tangíveis desse investimento fluem para Arapiraca.
Fontes internas, que optaram por permanecer anônimas, sugerem que o movimento estratégico para Arapiraca é impulsionado por um desejo de alcançar uma base de clientes maior e mais lucrativa. Arapiraca, sendo uma cidade com uma população significativamente maior, oferece uma oportunidade de mercado mais vasta. No entanto, essa decisão estratégica levanta questões sobre a lealdade e responsabilidade da Unimed para com seus usuários originais em Palmeira.
Maria Lúcia (nome fictício para preservar a fonte), residente de longa data de Palmeira dos Índios e usuária da Unimed, expressa seu desapontamento: "Nós, de Palmeira, sustentamos a Unimed por anos. A construção deste mega hospital deveria ser um testemunho de gratidão e compromisso conosco. Mas agora, sinto que fomos relegados a segundo plano.
A construção deste hospital em Arapiraca não apenas questiona o compromisso da Unimed com seus usuários de Palmeira, mas também pode ter implicações logísticas. Os residentes de Palmeira terão que viajar mais longe – cerca de 40 quilômetros - para acessar instalações de saúde de ponta, uma tarefa não tão simples para muitos, especialmente os mais idosos ou aqueles sem meios de transporte.
Usuários de Palmeira dos Índios se sentem deixados para trás
A decisão da Unimed de Palmeira dos Índios de investir em um mega hospital em Arapiraca, situada a 40 quilômetros de distância, levanta preocupações sobre quem realmente se beneficia deste investimento maciço.
Para muitos em Palmeira dos Índios, o investimento parece uma traição. A distância de 40 quilômetros, embora não seja monumental, cria uma barreira significativa para muitos usuários de Palmeira, especialmente quando se considera o motivo por trás deste movimento.
A decisão de construir o hospital em Arapiraca, uma cidade que já possui uma base de clientes da Unimed significativamente maior com sua cooperativa própria, sugere que a Unimed está priorizando os usuários de Arapiraca em detrimento dos de Palmeira dos Índios. A questão que muitos estão fazendo é: a Unimed está abandonando seus leais usuários de Palmeira para cortejar uma base de clientes mais lucrativa?
João Mendes (também nome fictício para preservar a fonte), um usuário da Unimed em Palmeira dos Índios, lamenta: "A viagem de 40 quilômetros pode não parecer muito para alguns, mas para pessoas como eu, que não têm acesso fácil a transporte ou que têm problemas de saúde, isso faz uma grande diferença. Parece que a Unimed está nos dizendo que somos menos importantes.
Não é apenas a distância física que está causando consternação. Para muitos em Palmeira dos Índios, o investimento representa um desvio de recursos que poderiam ter sido usados para melhorar as instalações e os serviços em sua própria cidade. A sensação predominante é a de que estão financiando melhorias de saúde de alta qualidade das quais não se beneficiarão diretamente.
Além disso, os benefícios do novo hospital em Arapiraca parecem desproporcionalmente inclinados a favorecer os usuários da Unimed local. Aqueles em Arapiraca agora terão acesso facilitado a instalações de saúde de primeira linha, enquanto muitos em Palmeira dos Índios se sentem como se estivessem financiando um projeto do qual recebem pouco ou nenhum benefício.
Os usuários em Palmeira estão pedindo mais transparência e consideração. A construção do mega hospital é uma realidade, mas ainda resta ver se a Unimed tomará medidas para assegurar que todos os seus usuários, independentemente de sua localização, se sintam valorizados e atendidos.
A Unimed de Palmeira dos Índios ainda não se pronunciou oficialmente sobre as preocupações dos moradores da cidade-sede. Mas uma coisa é certa: a decisão de investir em Arapiraca reacendeu o debate sobre os deveres e responsabilidades das operadoras de saúde para com suas bases de usuários e comunidades originais. A história ainda está se desenrolando, e continuaremos a acompanhar de perto os desenvolvimentos desta saga.
Fonte: Tribuna do Sertão
Gostaríamos de utilizar cookies para lhe assegurar uma melhor experiência. Você nos permite? Política de Privacidade