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Vacina contra dengue já está disponível na rede privada em AL

Por Elisângela Costa em 09/08/2023 23:33:20

A vacina Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, e que promete ser a mais nova arma no combate à dengue, já está disponível nas clínicas particulares de vacinação em Alagoas.

O imunizante é, para os especialistas, a grande aposta na luta pela diminuição no número de casos da doença. A Qdenga é a segunda vacina contra a doença a receber registro no país. O diferencial é que esta vacina, ao contrário do outro imunizante que ingressou antes no mercado, pode ser aplicada, também, em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus da dengue.

A esperança dos especialistas em saúde pública, é que a nova vacina contra dengue ajude a reduzir ainda mais o número de casos e mortes pela doença. O imunizante está sendo comercializado na rede privada de saúde de todo o Brasil desde junho passado.

O médico infectologista Fernando Maia destacou a eficácia da vacina no combate à doença. “O mosquito é muito difícil de ser erradicado. O mosquito que acaba de nascer, já nasce infectado. Não precisa picar uma pessoa infectada para a partir daí transmitir o vírus. A vacina veio em muito boa hora. Sem uma vacina efetiva, não há como combater esse mal”, explicou.

Ainda segundo o médico, a vacina é apenas uma das ações para combater a doença. Vencer o mosquito, avaliou o médico, depende do poder público juntamente às ações da população.

“O Aedes aegypti se adaptou muito bem ao ambiente urbano e se reproduz em qualquer lugar, um copo, um prato, um caco de telha. Qualquer volume mínimo de água acumulada em um lugar minúsculo vira um ambiente propício à reprodução do mosquito, por isso é tão difícil erradicá-lo”, considerou o médico, que fez ainda um alerta ao lembrar que a vacina é só mais uma aliada no combate à dengue. “As medidas de proteção e prevenção para acabar com o mosquito Aedes aegypti (como não acumular água parada, por exemplo) precisam continuar”, finalizou.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina Qdenga contra a dengue no último mês de março. O Ministério da Saúde acredita que a vacina deverá estar disponível pelo Sistema Único de Saude (SUS), dentro de um ano, um ano e meio.

É uma corrida contra o tempo, já que a dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão, devido aos fatores climáticos favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti em ambientes quentes e úmidos.

VALOR

Em Alagoas, a vacina contra dengue está disponível em três das cinco clínicas particulares de vacinação procuradas pela reportagem da Tribuna Independente. O investimento médio para cada dose é de R$ 470, podendo variar entre R$ 20 e R$ 40 de uma clínica de vacinação para outra. Em todas elas, o valor pode ser parcelado em até seis vezes, sem juros. Para a imunização completa, são necessárias duas doses.

De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos. O imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença.

ARBOVIROSES

Houve uma redução em Alagoas e também na capital Maceió na quantidade de casos de dengue, zika e chikungunya registrados pelas secretarias estadual e municipal da capital nos seis primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, nenhum óbito foi registrado no estado, tendo como causa mortis nenhuma das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Em 2023, Alagoas somou 2.574 casos de dengue e nenhum óbito. O número é bem menor que o registrado no mesmo período do ano passado quando, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), foram contabilizados 16.053 casos e três óbitos. Houve, portanto, 13.479 casos de dengue a menos registrados nos seis primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Uma redução de pouco mais de 16%. Apesar da queda, os registros ainda preocupam as autoridades de saúde pública.

Apesar do tamanho minúsculo, o mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya, continua desafiando as ações do Estado e dos municípios alagoanos e segue fazendo estrago na saúde pública somando vítimas, inclusive fatais.

Os números são ainda de junho, porque, de acordo com a Sesau, os dados são compilados mensalmente e os municípios têm até a segunda semana do mês subsequente para enviar os dados à secretaria.

Os casos de zika somaram, de janeiro a junho deste ano, 70 pessoas e nenhum óbito. Nos seis primeiros meses de 2022, foram 571 casos em todo o Estado.

Do início do ano de 2023 até junho último, foram 432 casos de chikungunya e nenhum óbito. Nos mesmos seis primeiros meses de 2022, foram registrados 3.363 casos e dois óbitos.

Ainda conforme, a Sesau, por determinação e convenção da Gerência de Vigilância Epidemiológica, os dados das arboviroses são divulgados no geral, sem especificação por município. Arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

De acordo com o levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS), na capital, os bairros Centro, Mangabeiras e Pontal da Barra são os que registram os maiores casos de dengue. A Chikungunya está mais frequente nos bairros Chã de Jaqueira, Petrópolis e Bebedouro.

Do total, neste ano, Maceió deteve 760 casos prováveis de dengue registrados no Estado, dos quais 657 foram confirmados. Nenhum óbito foi registrado, conforme as estatísticas da SMS.

Ainda de acordo com a secretaria municipal, no mesmo período de 2022 foram confirmados 10.910 casos de dengue, significando que em 2023 os casos registrados corresponderam a 6,02% do ano anterior.

Dos 232 prováveis casos de chikungunya, 209 foram confirmados até este ano. Nenhum óbito confirmado. No mesmo período de 2022 foram confirmados 4.512 casos de chikungunya, significando que em 2023 os casos registrados corresponderam a 4,63% do ano anterior.

Em relação à zika, Maceió teve 17 casos prováveis, sendo que três foram confirmados. Novamente nenhum óbito. No mesmo período de 2022 foram confirmados 120 casos de zika, significando que em 2023 os casos registrados corresponderam a 14,17% do ano anterior.

VACINA

A vacina também poderá ser aplicada em quem já teve a doença. Não há distinção entre quem teve ou não a dengue, desde que esteja dentro da faixa etária estipulada pela agência reguladora para aplicação das doses.

Nos ensaios clínicos, a Qdenga mostrou ter uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. A aplicação é subcutânea.

Entre as reações adversas mais comuns estão dor de cabeça, dor no local da injeção, mal-estar e mialgia. O imunizante é contraindicado para quem tem alergia grave (anafilaxia) a algum de seus componentes.


Fonte: Tribuna Independente

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