Veja como foi o ataque a banco liderado por alagoanos em Minas Gerais

Depoimentos de policiais militares, obtidos com exclusividade pela Gazetaweb, narram a dinâmica do ataque ao Banco do Brasil da cidade de Itinga, em Minas Gerais, na última sexta-feira (20), que, segundo a polícia mineira, foi liderado por dois alagoanos. Felipe Oliveira de Araújo, de 34 anos, natural de Delmiro Gouveia, e Almir Diogo Oliveira da Silva, de 26 anos, natural de Maceió, tiveram a prisão preventiva decretada nesse sábado (21).

De acordo com os depoimentos prestados pelos policiais, era por volta de 1h30 da manhã quando a guarnição da cidade de Itinga estacionou a viatura em frente ao quartel para procedimentos finais de serviços. Segundo eles, poucos minutos após ouviram o ruído de esvaziamento de pneus vindo da viatura.

Os policiais então viram um veículo Honda Civic de cor prata saindo em alta velocidade e encontraram uma faca próximo à viatura, utilizada para danificar dois pneus. Poucos segundos depois os policiais disseram ter ouvido vários disparos de arma de fogo e se abrigaram no interior do quartel. Logo em seguida houve uma explosão, quando se constatou que estaria em andamento um furto na agência do Banco do Brasil.

Os militares então entraram em contato com os comandantes da unidade e do pelotão que iniciaram o plano de cerco e bloqueio das vias de acesso dos municípios vizinhos. Segundo os PMs, o ataque ao Banco do Brasil durou cerca de 15 minutos, sendo utilizado artefato explosivo e vários disparos de munição calibre 12 e .40 contra o cofre principal da agência.

Consta no depoimento que os vídeos de segurança mostraram quatro indivíduos, utilizando roupas longas escuras, luvas, toucas e armas de calibre 12 e uma glock .40, e estes teriam levado da agência dois coletes balísticos e fugiram sentido a cidade de Itaobim.

Durante o deslocamento para o bloqueio realizado pelos militares na estrada de Itaobim, o veículo utilizado pelos criminosos foi identificado, quando, segundo os policiais, eles reduziram a velocidade e iniciaram vários disparos na direção da viatura, inclusive acertando o pneu da frente.

Foi relatado que no momento da fuga, o veículo Honda Civic estava acompanhado de um Onix vermelho e uma motocicleta Bros. Em contato com as pousadas da região, os policiais localizaram o veículo Ônix, sendo identificado o cliente com o nome de Fábio que estava no local acompanhado de mais duas pessoas.

No veículo foram apreendidas 03 armas calibre 12 e uma glock .40, além de munições, balaclavas, roupas, luvas e outros acessórios. Dentro do veículo ainda foram encontrados papéis manuscritos com rotas de cidades, números de telefones e contas bancárias, além de uma nota fiscal de abastecimento em um posto de gasolina.

No cerco na cidade de Medina o veículo Honda Civic foi encontrado abandonado às margens de uma rua principal e em seu interior foram apreendidos três toucas ninjas, 8 bananas de dinamite, seis estopins de detonação, sete espoletas de detonação, três estojos calibre 12 deflagradas, nove cartuchos intactos de calibre 12, um bornal improvisado com sacolas plástica e alça de tecido, uma alavanca de metal e as placas de um carro.

Em seus interrogatórios os presos permaneceram em silêncio. De acordo com informações da Polícia civil de Alagoas, os dois alagoanos que participaram do assalto são os líderes da quadrilha na região do sertão de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia.

De acordo com o delegado Filipe Caldas, da Secão de Roubo a Banco (SERB), da PC/AL, os alagoanos integram uma das quadrilhas de assalto a banco que fazem parte da modalidade denominada de "novo cangaço". Além dos alagoanos, mais um indivíduo foi preso por ter participado do roubo.

Fonte: GazetaWeb