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Veneno de cascavel pode tratar câncer de mama, diz estudo brasileiro

Por Redação Palmeira Fm em 23/05/2025 11:36:53

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP (FCFRP-USP) obtiveram resultados promissores ao utilizar a crotoxina – uma proteína isolada do veneno da cascavel – contra um dos tipos mais agressivos e de difícil tratamento do câncer de mama: o triplo negativo.

Em testes laboratoriais realizados in vitro, a substância foi eficaz na eliminação e no bloqueio da multiplicação das células da linhagem MDA-MB-231, comumente associadas a altas taxas de metástase e mortalidade. Segundo os cientistas, a crotoxina induziu a morte celular por necrose e causou danos ao DNA tumoral. Além disso, inibiu mecanismos de defesa das células cancerígenas, como a autofagia e a apoptose — sem causar efeitos adversos em células saudáveis.

A crotoxina foi isolada por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e empregada para investigar as rotas biológicas envolvidas na morte celular e no estresse oxidativo. Outro dado importante do estudo é que a substância não apresentou interação negativa com a doxorrubicina, um dos quimioterápicos mais utilizados no tratamento do câncer.

Apesar do avanço, os pesquisadores alertam que ainda são necessários testes pré-clínicos e clínicos, com ensaios em organismos vivos e estudos de dosagem, antes que a proteína possa ser considerada segura e eficaz como medicamento.

O estudo foi publicado na revista científica Toxicon e contou com a colaboração de outras instituições brasileiras, além da Universidade do Porto, em Portugal.

O avanço se soma a outros esforços recentes na luta contra o câncer de mama. Um ensaio clínico separado, por exemplo, testou a combinação de quimioterapia com imunoterapia, obtendo quase o dobro da taxa de cura em comparação à quimioterapia isolada.

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